quarta-feira, 1 de abril de 2015

“Te amar dói, machuca. Me causa dor, angústia. Fico doente, de saudade, de carência, de amor. Te amar me faz mal, um mal que me faz bem.” – Querido John

    Só fazia uma semana desde o incidente.

  Chanyeol jazia em sua cama de casal, que agora seria habitada por um só corpo por tempo indeterminado, observando o teto branco. Sentia falta do pequeno corpo ao seu lado, o abraçando, proferindo inúmeras vezes que o amava. Sentia falta de Baekhyun o chamando para tomar café da manhã. Também sentia falta do cheiro inebriante que o menor carregava consigo. Não era como se o pequeno fosse buscar algo que o maior tivesse pedido, ou visitar a casa de um amigo. A sensação de ter o menor em seus braços não voltaria a acontecer, porque Chanyeol sabia que Baekhyun não voltaria nunca mais.
Tudo o lembrava ao pequeno. A grande cama que Baekhyun se jogava depois de um cansativo dia de trabalho. As cores vívidas nas paredes do quarto que o menor pintou. A TV que o castanho assistia até tarde, e que Chanyeol brigava com o mesmo e pedia para que desligasse, resultando em um bico nos lábios do menor. Chanyeol nem pôde se despedir daquele que amava incondicionalmente.

Todos os dias lhe perguntavam sobre o que havia acontecido com Baekhyun, o porquê de ninguém mais o ver passeando pela cidade. Era doloroso dizer o que aconteceu. Seus amigos lhe visitavam todos os dias. Chanyeol sabia o quanto eles sofriam. Baekhyun sempre fora uma pessoa muito sociável, e com uma quantidade suficiente de amigos para que nunca ficasse sozinho. Eles continuavam ali, mas a cada visita a quantidade de pessoas diminuía. O maior sabia que não viriam para sempre, mas notar isso o lembrava de que Baekhyun também não estava mais lá.

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12 de fevereiro de 2012,

Baekhyun servia, alegremente, os últimos clientes do estabelecimento enquanto Chanyeol o esperava em uma das mesas vazias. Era o primeiro encontro oficial dos dois, e ambos estavam nervosos. Assim que os clientes foram embora, Baekhyun vestiu seu sobretudo e saiu do local acompanhado do maior. Caminharam por cerca de 5 minutos em um completo e incômodo silêncio até pararem em frente a um restaurante, localizado no centro de Seul, e Chanyeol finalmente quebrar o silêncio.

Pronto para o melhor encontro de toda a sua vida? perguntou com certo entusiasmo.

Quem sabe depois que eu sair com você. Baekhyun brincou com o moreno, que ignorou o comentário e entrou no estabelecimento.

 O restaurante tinha uma decoração moderna. As paredes possuíam um tom de vermelho bordo e o piso era bege com alguns detalhes. Os dois sentaram-se em uma das mesas perto da janela. Logo o garçom chegou e eles fizeram os pedidos.

Você gosta de sorvete? Chanyeol indagou enquanto brincava com o anel em seu dedo.

Como?

Você gosta de sorvete? repetiu mais devagar.

Bom, eu trabalho em uma sorveteria, seria um pouco irônico eu não gostar de sorvete. Mas, respondendo sua pergunta, gosto sim.

Eu também gosto de sorvete. Para falar a verdade, adoro. — o entusiasmo de Chanyeol era evidente.

Isso não é nenhuma surpresa pra mim. — esclareceu, rindo por Chanyeol dizer coisas tão óbvias.

Logo o garçom chegou e serviu a comida: Ramen. Os dois comeram enquanto conversavam animadamente. Em uma das tentativas de comer o prato servido, Chanyeol acabou derrubando um pouco da comida em seu colo, resultando em um Baekhyun risonho lhe emprestando seu sobretudo.

Chanyeol. — o menor chamou assim que abandonaram o estabelecimento.

Sim?

Esse foi o melhor encontro da minha vida. — disse sorrindo, para depois caminhar em direção a escuridão da noite, deixando um Chanyeol sorridente para trás.


Eu perdi minha mente, no momento em que te vi
Exceto você, tudo ficou em câmera lenta
Diga-me, se isso é amor